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Santuário do Bom Jesus do Matozinhos

A ideia da construção da primitiva capela partiu inicialmente de Dom Francisco João da Cruz, bispo do Rio de Janeiro, que sugeriu a construção de um templo para a imagem do Cristo crucificado ali existente e tida como milagrosa. Em 25 de maio de 1750, a capela recebeu a benção inaugural. Acontece, que a irmandade do Bom Senhor do Matozinhos decidiu reconstruir o templo em 1760, com aproveitamento, porém da primitiva capela, que passava a servir como capela-mor. Em 1773, a nova edificação já estava quase concluída. Cinco anos depois, os próprios moradores se encarregariam de construir uma calçada rústica de acesso à capela. Em 1934, a igreja encontrava-se em péssimo estado de conservação. Assim, foi totalmente demolida e substituída por uma outra construção moderna.

O Santuário é constituído de nave, capela-mor e sacristias laterais. Apresenta torre dianteira bastante alta e coro, o sistema construtivo utilizado foi de alvenaria estruturais em tijolos. O telhado, em telhas de barro, fica parcialmente escondido por platibanda. O frontispício apresenta parte central avançada no setor correspondente à torre, e as suas portas apresentam vergas em arco pleno. Apresenta alargamentos e estreitamentos nos panos das alvenarias correspondentes e colunas intermediárias.

Apresenta ainda um conjunto de belos vitrais ao longo das paredes da nave, com representação da vida de Cristo. Os forros são em argamassas estruturadas e em formas geométricas salientes. Os pisos são em ladrilho hidráulico, com exceção da capela-mor que possui piso em mármore branco. A decoração interna em barrado imita o mármore e conta também com pinturas parietais na sacristia. O conjunto do Santuário possui Convento anexo, o qual foi construído em forma de U.

O altar é constituído em colunas laterais, em situação reentrante. As colunas externas são torsas no terço inferior e com caneluras logo acima. As colunas internas são com caneluras, mas com o terço inferior marcado. Entre as colunas estão instalados nichos muito altos com acabamento superior em dossel e penacho. As colunas são encimadas por capitel e ligadas por cimalha alta com frisos escalonados e com pintura imitando mármore, apresentam sustentação em volutas decoradas com folhas de acanto.

A parte inferior do altar é decorada com enquadramento e elementos centrais conformados por rocalhas e motivos fitomórficos estilizados. O setor sacrário é alteado com mármore retangular com quatro pés dianteiros, dois de cada lado, muito esbeltos. O coroamento do altar é em dossel muito decorado com elementos em volutas e motivos fitomórficos nas laterais. Apresenta medalhão central com representação da coroa de espinhos e de lanças no interior.

Conservam-se apenas as obras de talha que vieram a ser tombadas pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Embora se trate de edificação recente, o atual Santuário do Senhor Bom Jesus do Matozinhos merece menção não só por substituir um dos mais antigos monumentos religiosos locais, como também por ser o foco de uma das maiores romarias do estado de Minas Gerais, o Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matozinhos.

Há mais de 225 anos, entre os dias 13 a 24 de junho é comemorado o Jubileu, evento de maior importância na cidade. É com certeza, por ocasião das festividades que o turismo religioso tem seu maior foco. Também, durante todo o ano, fiéis e devotos do Bom Jesus visitam o Santuário em busca de milagres, numa manifestação única de fé.

O conjunto do Santuário é formado pela Igreja, Convento, escadaria, zig-zag e pelos elementos incorporados como altar externo, que é uma obra de Oscar Niemeyer, casa dos romeiros, a via-sacra e a sala dos milagres, localizada abaixo do altar monumento.